ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P013

Poster (Painel)


P013

Doenças metabólicas e zumbido: Um estudo comparativo.

Autores:
ROLIM, L.P.1, LONGO, I.A.1, MOREIRA, R.R.1, Neves-Lobo , I1, RABELO, C.M.1, SAMELLI, A.G.1
1 USP - Universidade de São Paulo

Resumo:
Resumo Simples

Introdução Zumbido é o termo geral para sensações de som que não podem ser atribuídas a uma fonte sonora externa. A maioria dos casos está associada com perda auditiva induzida por ruído ou presbiacusia. Contudo, diversos fatores podem estar relacionados ao zumbido. Estudos têm demonstrado que doenças crônicas podem ter relação com alterações auditivas. Dentre estas, as de maior ocorrência são a diabetes mellitus e a hipertensão arterial, com prevalência variando de 7 a 14% para diabetes e de 25% para hipertensão arterial sistêmica. O metabolismo da orelha interna depende diretamente do suprimento de oxigênio e glicose oriundos da circulação sangüínea. Desta forma, alterações do fluxo ou dos metabólitos sangüíneos podem prejudicar o funcionamento normal da orelha, trazendo conseqüências negativas para o sistema auditivo. Muitos estudos vêm relacionando estas alterações metabólicas com o zumbido e com a perda auditiva neurossensorial. Objetivos Realizar um estudo comparativo dos limiares auditivos de indivíduos com doenças metabólicas (com e sem zumbido) e indivíduos sem doenças metabólicas (com e sem zumbido). Métodos Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da instituição, sob o número 883/09. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Pesquisa de cunho retrospectivo, por meio do levantamento de dados de prontuários de indivíduos que realizaram avaliação audiológica entre os anos de 2008 e 2012. Foram selecionados 192 sujeitos com alterações metabólicas, e 360 sujeitos sem alterações metabólicas, de ambos os sexos, com idade entre 34 e 75 anos. Os sujeitos foram divididos em quatro grupos: G1 indivíduos com alteração metabólica e com queixa de zumbido (87 sujeitos; G2 com alterações metabólicas e sem queixa de zumbido (105 sujeitos); G3 sem alterações metabólicas e com queixa de zumbido (136 sujeitos) e G4 sem alterações metabólicas e sem queixa de zumbido (224 sujeitos). Para análise estatística foram utilizados os testes ANOVA não pareado e Tukey, com nível de significância de 0,05. Resultados Foi realizada um a análise comparativa entre as médias dos limiares auditivos para as freqüências de 250 a 8000 Hz, entre os quatro grupos. As orelhas direita e esquerda foram agrupadas para as comparações, uma vez que não diferiram entre si. Houve diferenças estatisticamente significantes entre os quatro grupos, para todas as frequências avaliadas. O teste de Tukey indicou quais as comparações que apresentaram diferenças significantes. Os grupos G2 e G3 apresentaram limiares auditivos piores que o G4 para todas as frequências, porém, quando comparados entre si, não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Para o G1, verificamos limiares auditivos significantemente piores, quando comparado com os outros três grupos, para todas as frequências. Os melhores limiares auditivos foram encontrados para o grupo G4. Conclusão Neste estudo, foi observado que os indivíduos com alterações metabólicas e queixa de zumbido associadas apresentaram maior comprometimento auditivo com relação aos outros grupos. Este fato sugere que as alterações metabólicas podem contribuir para a piora dos limiares auditivos, bem como aumentam a chance da ocorrência de zumbido.

Palavras-chave:
 Audição, Zumbido, Doenças Metabólicas, Perda auditiva, Saúde auditiva